Eu escolho o lado bom.

Tinha uma ideia em mente para conversarmos esta semana. Uma ideia ruim, percebo agora.

Íamos conversar sobre o roubo bilionário dos aposentados e do prejuízo bilionário nos Correios. Mas aí lembrei que eu nem sei o que significa um bilhão e abandonei a ideia.

Para falar a verdade, eu já estava feliz porque fui levar minha filha ao serviço. Ela tinha de chegar mais cedo, devido ao volume de trabalho a ser feito. Essas atividades trazem a nós, pais, aquele pensamento de que a vida dos filhos está se encaminhando. Mas então, na volta, eis que avistei o horto florestal quase pronto: que grata alegria!

No dia 6/10/2021, conversando com o já então prefeito Fabiano, comentei que eu tinha dois desejos simples em relação à Otacílio Costa. Um deles era ver a abertura do horto.

Lembrei também da feira de leitura que lá ocorreu semanas atrás e de que se lermos mais, teremos um Brasil muito melhor. Engana-se você, leitor, se por um segundo pensar que não conseguiremos. Por exemplo, vou à internet e pesquiso por coisas boas que os últimos presidentes do Brasil fizeram, e encontro. De todos eles. Vamos escolhê-los para nossa conversa, afinal, o cargo de presidente da República também importa a nós, Otacilienses. Então vejamos:

- Fernando Collor de Mello. Preso agora em 2025 nos desdobramentos da Lava-Jato, quando presidente abriu o mercado nacional dos automóveis para os importados. O que trouxe uma inegável melhora aos nossos veículos que já não eram tão nacionais assim. Outra coisa que fez por nós, foi exemplificar a possibilidade de se eleger tanto pelo ARENA/PDS, como pelo PTB.

- Itamar Franco. Já falamos dele no último Carnaval. Ah! Que saudade de quando nossos escândalos políticos eram o presidente ser fotografado ao lado de uma moça sem roupas íntimas.

- Fernando Henrique Cardoso. Já falamos várias vezes desse meu ex-presidente predileto. Então hoje diremos apenas que honrou a dignidade da instituição da presidência em recolher-se à vida civil após exercer o mais alto cargo do país.

- Luiz Inácio Lula da Silva. Foi preso também na Lava-jato, mas o programa Luz para Todos de 2003 foi uma sacada incrível de parceria público-privada. Tanto que nenhum de nós ouviu escândalos a respeito.

- Dilma Rousseff. Eu me complico às vezes nessa coluna. Mas quando Dilma era ministra de Minas e Energia, numa canetada só, liberou centenas de hidrelétricas para serem construídas. Fato que culminou com o pedido de demissão da então ministra do Meio Ambiente (Marina Silva) e que só teve paralelo neste ano (Lembrando que teremos leilão de hidrelétricas em agosto).

- Michel Temer. Depois também foi preso, mas além de falar em português, a reforma trabalhista implantada, foi algo extremamente necessário ao país.

- Jair Messias Bolsonaro. A união de partidos e pessoas em torno de uma agenda mais conservadora (nos costumes) e liberal (na economia), é algo sempre salutar à democracia. O PIX.

Viu só? Muito mais divertido do que ficar conjecturando quem vai devolver e como o dinheiro que foi roubado dos aposentados. Até porque, não é do nosso perfil perguntar sobre questões para as quais já sabemos a resposta. E a resposta é cruelmente simples.

Você foi roubado da forma mais sádica possível. Algo impensável em qualquer país civilizado e agora, lhe será cobrado mais impostos para que as mesmas pessoas que lhe roubaram devolvam a você o que lhe foi roubado. Contudo, não devemos nos desviar da conversa.

O lado bom é que já sabemos o motivo. E o motivo é que feiras de leitura são cada vez mais raras no país. Segundo levantamento, temos hoje 29% de analfabetos funcionais, mesmo índice de 2018. Já em 2018, tínhamos 14% de jovens de 14 a 29 anos analfabetos e hoje temos 16%.

Porém, continuemos a escolher o lado bom. E o lado bom é que agora sabemos. Sabemos que, sem leitura, ficará cada vez mais fácil para os que se dedicam ao mal, continuarem a fazer o que fazem bem.