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RECORDAÇÕES DE UM TROPEIRO 5w4k26

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No silêncio da minha saudade,

Vejo-me ainda na lida.

Viajando em lombo de mula ou cavalo,

Tocando tropas, indo e voltando,

Lembro-me o dia ando...

Iniciado ao cantar do galo.

Serpenteando colinas, pelo caminho,

Entre sangas e capões, atrás do gado,

Não querendo perder nenhum...

Sozinho ou com os peões,

Buscando algum desgarrado.

Sinto o cheiro da comida,

Feita em fogo de chão!...

Com os víveres das bruacas,

Costuradas em couro de boi.

Carne seca, farinha, feijão...

Café e feijão tropeiros, saudades...

Ah, tempo bom que já se foi!...

Mas o que mais sinto falta,

É da companheirada!

Amigos da mesma estirpe,

Colegas da velha estrada.

Aberta em trilhas criadas,

Ou velhos caminhos traçados.

Levando, aos assobios e aos gritos,

Bovinos, cavalos e mulas...

Variados rebanhos de gado.

E quando a noite caía,

A gente preparava o pouso.

Em lugares já conhecidos,

Puxávamos lonas e capas.

Os animais descansavam,

Sob as estrelas ou chuva,

E os viventes, na luz turva,

Repousavam de mais um dia vencido.

Nossas bravas companheiras,

Em casa, de tudo cuidavam.

Criando os filhos, sozinhas,

Aguardando o nosso retorno.

Por alguns dias, ficávamos,

Até reunir nova tropa

E começar tudo de novo.

No vai e vem da vida tropeira,

Surgiram pequenas vilas, mais tarde, cidades.

Eram caminhos de compra e venda, ou troca.

Negócios de constante diversidade.

Assim, também se originou,

Esta cidade, chamada Otacílio Costa!

Então, meu bisneto amado!

Esta é a breve história,

De um velho tropeiro errante,

Que guarda aqui na memória,

Tantos causos e a vivência,

Que num breve instante, revivo.

Saudoso, em minha consciência.

Um povo deve conhecer,

O ontem de sua história!

Pois quem não sabe de onde veio,

Não saberá para onde ir, não tem memória...

Tropeiros, madeireiros, comerciantes,

Muitos aram por aqui,

E deixaram, nesta terra, como herança,

Os valores de bravura que deixo para ti!

16/04/2025

VERA LÚCIA LUZ ERTHAL


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